2016, florianópolis, sc, brasil
Exposição Biorealismo: Paisagens e ruínas de Hans Broos e Burle Marx
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equipe: LOTO (joão serraglio e louise serraglio) e helicoidal (luã olsen e yuri wagner)
molduras: xilocoletivo
Um tótem paira sobre o mar de uma praça. não é mais um monolito, é um organismo: torna-se ruína sob o sol da américa do sul. Biorealismo trata do encontro entre a tecnologia e o biológico, quando o funcionalismo torna-se perecível.
Tomando emprestada a expressão de Richard Neutra, apresentamos projetos urbanos de Hans Broos e Burle Marx no estado de Santa Catarina, procurando aproximar modos de operar surgidos desses modernismos periféricos.
Biorealismo refere-se a uma abordagem da arquitetura tendo como base as ciências naturais – biologia, geografia, botânica – e humanas – uso consciente da história e fundo filosófico. um funcionalismo que olha para a natureza das coisas.
Os projetos de Hans Broos para Blumenau, nunca realizados plenamente, apresentam um pouco da forma como o arquiteto enxergava o futuro das cidades. Os croquis exibidos mostram a ênfase no desenho e redesenho do centro histórico e geográfico da cidade, procurando tornar este local um ponto de encontro e contemplação, com pouco ou nenhum trânsito de automóveis, mas servido de variados espaços públicos abertos.
Já o parque do aterro da baía sul, em Florianópolis, obra construída de Burle Marx, José Tabacow e Haruyoshi Ono, hoje se encontra em estágio avançado de arruinamento. Assim que a obra foi finalizada passou a ser engolida pelo loteamento do parque do aterro em pequenos terrenos com usos diversos, dilacerando sua continuidade planejada, privando a cidade de um grande espaço público e apagando sua presença da memória dos cidadãos.
Estas duas grandes intervenções na cidade – uma projeção de futuro e uma ruína insólita – dialogam, enquanto deciframos as pistas de uma urbanidade fantástica perdida nas malhas de nossas cidades.
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